sábado, 30 de junho de 2012

Videoart


Na galeria Rudolfinum.

Por sugestão de uma video instalação de DOUGLAS GORDON sobre o tema do doppelgänger.



Dr. Jekyll and Mr. Hyde (Rouben Mamoulian 1931)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vltava - de uma margem para a outra

"Por detrás da sua fisionomia de parque tranquilo onde as pessoas se descontraem, alugam um barco ou almoçam no Zofin, a ilha Eslava encerra recordações maravilhosas. Dos anos 1830 a 1880, o pavilhão Zofin (Sofia) foi igualmente um farol da vida cultural e mundana da cidade. Antes da construção do Rudolfinum, os seus bailes e concertos eram os mais apreciados de Praga. Ali actuaram Berlioz, Listz, Tchaikovsky, Wagner, e foi ali que Smetana fez ouvir pela primeira vez o seu vasto fresco sinfónico Má Vlast (A minha Pátria), na segunda estrofe do poema dedicado ao Vltava (Moldau)."
(Guillaume Sorel e Christine Coste, Praga - Percursos, p.95)




sexta-feira, 22 de junho de 2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vermeer, The Milkmaid - c. 1657–1658


Por sugestão de John Berger, Ways of Seeing (1972):


quinta-feira, 14 de junho de 2012

ser a própria luz

"
Onde estáveis quando lancei os fundamentos da Terra?
 Job 38:4

...
Para o universo, o passado não desaparece. Nós não vemos como o universo era outrora olhando para a luz que nos chega do passado do universo - de lá de fora. A luz das estrelas distantes convence-nos de que existem objectos como as estrelas, e o estudo repetido da luz recebida de muitas estrelas convence-nos de que o universo físico se tornou uma hierarquia constituída por elas.
Olhar lá para fora para o espaço é o mesmo que olhar para trás no tempo. A luz do passado mais remoto do universo chega como radiação de microondas, a CMB [radiação cósmica de fundo], um ténue retrato do universo tal como era 400 000 anos após o Big Bang. É também em parte, o retrato mais ténue daquilo que fomos outrora. A CMB é um mapa do todo e, a partir desse todo, evoluiu o todo do universo do século XXI. Fazer de novo a pergunta - Em que está contido o universo? - deverá provocar respostas curiosas. Nunca poderemos atingir o local em que estávamos há 13 700 milhões de anos. O universo está em expansão e levando as suas origens para cada vez mais longe. Mesmo que pudéssemos viajar à velocidade da luz, o horizonte leva já um avanço de 13 700 milhões de anos. Em qualquer dos casos, para viajarmos à velocidade da luz, teríamos que ser a própria luz: paradoxalmente, pareceria não haver para nós o tempo a passar. Nós não conseguimos ver a radiação que se está a afastar de nós à velocidade da luz. Os objectos mais distantes que estão ainda visíveis são os quasares, a afastarem-se de nós à velocidade de 93% da velocidade da luz. A fronteira do universo é na realidade um horizonte; mas é impossível dizer um horizonte de quê. Se nos fosse possível aproximármo-nos fisicamente do horizonte para vermos o que está para além dele, aquilo que lá estivesse não se pareceria em nada com o universo visível, tal como é presentemente descrito."

(Cristopher Potter, Você está aqui - uma história portátil do universo, casa das Letras, 2009, pp.191-192. Tradução não muito cuidada de uma excelente introdução ao Universo a partir do nada!)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"It took chickens almost a century to learn not to cross the road"


Jean-Philippe de Tonnac. Let's come back to the changes in technology that may or may not persuade us to leave the book behind. Today's media formats are definitely more fragile and less long-lasting than our wonderfully tenacious incunabula. And yet, whether we like it or not, these new tools are having a profound effect on our thought patterns, and gradually altering them from those engendered by the book. 


Umberto Eco. The speed with which technology reinvents itself has forced us into an unsustainably reorganization of our mental habits. We feel the need to buy a new computer every couple of years, precisely because they are designed to become obsolete after a certain time, and to be more expensive to repair than to replace. (...) And every new piece of technology requires the acquisition of a new system of reflexes, which in turn requires effort on our part, and all of this on a shorter and shorter cycle. It took chickens almost a century to learn not to cross the road. In the end, the species did adapt to the new traffic conditions. But we don't have that kind of time. 

Jean-Claude Carrière. But is it even possible to adapt to a rythim that is accelerating to this pointless degree? Take the example of film editing. Music videos have increased the pace of  editing to such an extent that it simply can't go any faster. You wouldn't be able to see the images. I give this example to show how a cycle is created in which a media format gives birth to its own language, which in turn forces the format to evolve, and so on, in ever more hasting and hurried circles. In today's Hollywood 'action' films no shot lasts more than three seconds. It's become a kind of rule. A man goes home, opens the door, hangs up his coat and goes upstairs. Nothing happens, he isn't under any threat, and yet the sequence is cut into eighteen shots. As if the technology is dictating the action, as if the action was in the camera itself, rather than what it depicts. 

Umberto Eco & Jean-Claude Carrière (2011). This is not the end of the book; (tr.P. McLean). 
London: Vintage Books, pp. 39-40.

domingo, 10 de junho de 2012

A Skin Too Few (1999)








E a grande questão de todas as almas incompreendidas:



sábado, 9 de junho de 2012



"The only time [fame] really matters is in the emergency room with your kids."

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mário Cesariny, (1923-2006)

obstáculos à fé

"De tudo se depreende que é difícil viver sem obstáculos à fé, e que os homens esquecidos são mais bem-aventurados do que os que suscitam grandes sentimentos. O amor com que se louva alguém é menos profundo do que o amor com que ignoramos todo o mundo. Mas durante muito tempo viveremos ainda assim, em contratos de ignorância, protelando a simples confissão de que ir muito longe nos sentimentos é impedir a graça de os conservar. É impedir aquelas palavras de Dmitri, pronunciadas no seu quarto escuro: «É bom viver na terra». E o segundo canto do galo anuncia a pálida aurora."

(Agustina Bessa Luís, Conversações com Dmitri e outras fantasias, A regra do Jogo, 1979, p.15

Minha cabeça estremece - Herberto Helder // Rodrigo Leão

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O sentido interno profundo

"Mas eis senão quando, um belo dia, na proximidade da morte, acabaremos por perceber que o tempo, que é irreversível relativamente, o tempo do quotidiano, deixou de o ser - pufa! amanhã tenho de fazer o mesmo que hoje, ver as mesmas caras, e pelos tempos adiante sempre assim será - sentimos então que ele se tornou irreversível absolutamente. O tempo é uma forma da intuição do sentido interno profundo. Porém, agora mesmo esta interioridade assoma à superfície do Eu. Temos ainda uma hora e meia, uma pequena eternidade, um nada. Corpo e espírito dialogam em consonância um com o outro, o seu murmúrio é audível no espaço. O corpo sabe que dentro de noventa minutos, o tempo que costuma durar um filme, terá deixado de existir. Vai esmagar-se no asfalto, vai esvair-se em sangue, o sistema respiratório ficará paralisado ou então cairá num sono inquieto que o transformará para sempre."

(Jean Améry, Atentar contra si - discurso sobre a morte voluntária, p,95)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

BOTTICELLI, Portrait of a Young Man 1482-83


Por sugestão do Doutor Fausto de Thomas Mann, p.240.

Píndaro (518-438 a.C.)

Os Campos Elísios

Brilha para eles a força do sol, debaixo da terra,
         mesmo enquanto é noite aqui.
Em frente à sua cidade, há prados de rosas rubras,
         ensombrados pelo incenso,
e árvores carregadas de áureos frutos.
O seu deleite são os cavalos, os exercícios gímnicos,
         o xadrez e a lira.
E, no meio deles, floresce a ventura frondosa.
        Um aroma aprazível
        se espalha pela região,
dos sacrifícios de toda a espécie,
        feitos sobre os altares
dos deuses. Ao longe se avista a sua chama.

(Hélade - Antologia da cultura Grega, org. e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, p.180)
"Os médicos não se preocupam com ensinar a morte também porque, raramente, o medo da morte é expresso pelos doentes. Na minha experiência é raro que o receio da morte seja referido pelo doente, mesmo em situação de morte iminente ou previsível, mas este temor esconde-se muitas vezes sob o véu do pânico de não acordar de uma anestesia. Por outro lado, muito do ensino que fazemos baseia-se em relatos de experiências clínicas e a morte não é redutível a uma experiência."

João Lobo Antunes, Inquietação Interminável, p.124