terça-feira, 30 de outubro de 2012

three figures of dancing women and a head (detail)


(Simona Cremante, Leonardo da Vinci - the complete works, D&C, 2006, p.311)

uma questão de respeito próprio ou não

"Se integrarmos os sentimentos humanos na questão colocada no início [devemos comer animais?], então esta toma a seguinte forma: é aceitável comer animais que não seríamos capazes de matar por mão própria? No estado presente da civilização ocidental, os nossos sentimentos tornam difícil à maioria das pessoas matar um porco ou uma vitelinha - mesmo se soubéssemos como fazê-lo. Quanto aos peixes, pelo contrário, acham-se muito mais pessoas capazes de os matar. E «matar» ovos de galinha representa para bem poucos uma dificuldade. Em tempos mais recuados, deve ter sido mais fácil para o homem matar animais, e aos povos tradicionais isso também provoca, em regra, menos problemas. Mas a moral também é sempre uma questão de sensibilização cultural. É menos dependente de uma definição abstracta do humano do que do estado de sensibilidade de uma sociedade. E é perfeitamente de admitir que este estado de sensibilidade na Europa ocidental dos nossos dias represente um cume provisório no desenvolvimento da humanidade. Exactamente por esse motivo, para a indústria da carne e hoje necessária a «ilusão» de dar a uma perna de vitela uma aparência que não nos lembre a vitela. A nossa intuição é aqui induzida em erro, o recalcamento é-nos facilitado. A maior parte das pessoas na nossa sociedade só não tem nojo nem pudor de comer carne, porque o sofrimento dos animais não lhes está imediatamente patente diante dos olhos. Os nossos neurónios-espelho reagem ao mugido de uma vitela no matadouro, mas permanecem inactivos perante um bife já empacotado.
A questão de até que ponto nos deixamos ou não levar, movidos por argumentos refinados, a não comer mais carne, é algo que cada um tem de decidir por si mesmo. Quando se pensa racionalmente sobre isso, há porventura que dizer que os argumentos contra o consumo de carne são provavelmente melhores e mais convincentes do que os argumentos em seu favor, quer se trate dos utilitaristas quer do recurso à intuição moral. Se agora decidimos prescindir totalmente do bife, do hambúrguer e do frango assado, ou se passamos apenas a comê-los com menor frequência do que até agora, depende largamente da medida em que nos sensibilizamos a nós mesmos ou deixamos sensibilizar para esta questão, por outras palavras: se fazemos dela uma questão de respeito próprio ou não. Um novo olhar sobre a imagem que temos de nós próprios, em face dos nossos parentes peludos, deverá conferir um impulso adicional a este processo."

Richard David Precht, Quem sou eu e se sou quantos? Uma viagem filosófica, D. Quixote, 2010 tr. nada cuidada de LC (a edição original é de 2007), pp.220-221.
Há pesadelos bons?

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

o que falta à democracia para escolher os homens de mérito

portrait retirado daqui
"Faça-se o que se fizer, é impossível elevar as luzes de um povo acima de um certo nível. Por mais que se facilite o acesso aos conhecimentos humanos, por mais que se melhore os métodos de ensino e se coloque a ciência ao alcance de todos, nunca se conseguirá que os homens se instruam e desenvolvam a sua inteligência sem consagrarem tempo a essa tarefa.
A maior ou menor facilidade que o povo encontra para viver sem trabalhar constitui pois o limite necessário dos seus progressos intelectuais. Este limite situa-se mais longe em certos países, menos longe noutros; mas, para que ele deixasse completamente de existir, seria necessário que o povo deixasse de ter de se ocupar dos problemas materiais da vida, quer dizer, que deixasse de ser povo. Assim, é tão difícil conceber uma sociedade onde todos os homens sejam muito esclarecidos como um Estado onde todos os cidadãos sejam ricos: estas são duas dificuldades correlativas. Admitirei, sem dificuldade, que a massa dos cidadãos deseja muito sinceramente o bem do país; irei mesmo mais longe, dizendo que, de um modo geral, as classes inferiores da sociedade parecem associar a este desejo menos combinações de interesse pessoal do que as classes altas; mas o que lhes falta sempre, mais ou menos, é a arte de julgar os meios quando desejam afincadamente e sinceramente o fim. Quão longo estudo, quantas noções diversas são necessárias para se fazer uma ideia exacta do carácter de um só homem! Como se a multidão pudesse triunfar onde os maiores génios tropeçam! O povo nunca encontra o tempo e os meios para se entregar a este trabalho. É-lhe sempre necessário julgar precipitadamente, baseando-se apenas nos factos mais salientes. Daí os charlatães de todo o género saberem tão bem o segredo para lhe agradar, ao passo que, na maior parte das vezes, os seus verdadeiros amigos não o conseguem.
De resto, nem sempre é capacidade o que falta à democracia para escolher os homens de mérito, mas sim desejo e gosto."

Alexis de Tocqueville, Da Democracia na América, Principia, 2001, tr. mui cuidada de CCMO, p.245

sábado, 27 de outubro de 2012

Cosmopolis, David Cronenberg (2012)


António franco Alexandre

Já me esqueci da água agora só vigio
os aviões que chegam ou levantam
na pista paralela ao horizonte,
pilotos sonolentos, embrulhados no frio,
a voz no microfone destrocada
por transparentes rotas rente às nuvens.

o vidro embaciado não me deixa
bem decifrar o rosto, os gestos lentos,
a boca, que beijaram os segredos.
vou ver se nesta tarde me despenho,
onde é mais fácil enganar o tempo,
onde a rocha da água se separa.

talvez regresse a mim. talvez me aguarde
o vago comité a que pertence
a sábia ciência de contar os vivos,
talvez passe a manhã ouvindo a rádio
em vastas ambições e pensamentos;
vou ver se nesta tarde me desenho.

As Moradas 1 & 2 (1987)

sábado, 6 de outubro de 2012

o sentido do eu


É verão, os problemas ainda estão longe. Entra-se numa livraria e encontra-se o livro de Richard David Precht. O título atrai, diz-nos muito. Mas a capa deixa dúvidas. O original é alemão. O autor, na fotografia da contracapa, parece um actor de novelas. E custa 18 euros. Não...
Volta-se no dia seguinte. Folheia-se. Os temas são conhecidos. A divisão do livro em três partes - seguindo as questões da filosofia kantiana: O que posso saber? O que devo fazer? O que me é permitido esperar? - é muito interessante. E os títulos dos capítulos atraem: "Lucy in the Sky - de onde viemos", ou "Mr. spock ama - o que são os sentimentos". Compra-se o livro. Começa-se a ler e não se consegue parar.

O que é facto é que estamos perante uma excelente introdução à filosofia. Cheia de humor, descontraída, com capítulos (34) que raramente excedem as cinco páginas. Não é apenas uma história da filosofia e das suas ligações com outra ciências. É a busca do conhecimento onde quer que ele esteja e independentemente da super-especialização a que muitos departamentos se submeteram. Cada capítulo introduz o tema falando de um autor e de um lugar, o que acrescenta uma dimensão espacial aos temas (por exemplo, o capítulo sobre a questão de saber se a moral é inata começa em Boston com a experiência do vagão sem condutor do psicólogo Marc Hauser. E não deixa de ser irónico que não tenha sido escrita originalmente em inglês.
A novidade do livro, não são os temas, nem as respostas às perguntas da filosofia. A força do livro está na forma como o autor vai buscar informação relevante a outras áreas do conhecimento  - psicologia, antropologia, neurociência, entre muitas outras - e  a insere na discussão das questões filosóficas. E está também no dom que autor tem de colocar as questões certas (o dom filosófico) e de com elas ir construindo as ligações entre os capítulos. Não admira que nos países onde já foi traduzida esteja a ser um sucesso.
Não fosse a tradução pobre e muitas vezes retirada tal e qual do tradutor do google e seria um excelente manual para qualquer curso  introdutório de filosofia ( a começar pelo ensino secundário). Merecia pois uma tradução mais cuidada. E  a ausência de revisão científica num livro desta natureza é lamentável (por exemplo, livros de referência que existem em tradução portuguesa aparecem apenas em alemão, e outros aparecem em português e alemão).

Leia-se, um exemplo, entre muitos:

"... O eu é uma ilusão? Aquilo que cada pessoa julga ser é apenas um truque de magia enganador no cérebro. Andaram os filósofos durante dois mil anos a enganar-se a si mesmos, ao admitirem como a maior das evidências que existe um eu que se confronta, com maior ou menor sucesso, com coisas do mundo?
...Só nos resta recorrer aos neurocientistas que nos últimos anos se têm envolvido com frequência e veemência na discussão. Estes parecem sentir-se hoje predestinados, mais do que todos os demais, para responder à questão. A resposta de muitos neurocientistas (embora não de todos) à questão se existe um  eu é a seguinte: «Não! Não existe nenhum eu. Ninguém foi ou teve até hoje um eu. Não existe nada que mantenha as pessoas unidas interiormente. David Hume e Ernst Mach tinham inteira razão: o eu é uma ilusão!» 
... O eu não é outra coisa senão um complexo mecanismo electroquímico. É como se uma criança abrisse a sua boneca que fala e no interior, para sua desilusão, encontrasse um pequeno aparelho.
Mas o senso comum tem sorte. Felizmente, um tal centro não existe. Bem longe de ser uma desilusão, como pretendem alguns neurocientistas, trata-se de uma boa notícia. Já o famoso anatomista Rudolf Virchow, no século XIX, se comprazia expulsar o eu do corpo da filosofia, dizendo: «Já dissequei milhares de cadáveres, mas jamais encontrei uma alma.» E aqui pode dizer-se (sem sentido religioso): «Graças a Deus!» Evidentemente, é muito melhor não encontrar uma alma ou um eu do que encontrá-lo, para depois o decompor e desmistificar. E imagine-se o que seria se os cirurgiões cerebrais fossem capazes de remover o eu!
Bom, não existe então um centro onde esteja sediado o eu. Isto também não admira, pois quem - para além de René Descartes, com a sua glândula pineal - acreditou em tal coisa? Nenhum filósofo de nomeada dos últimos duzentos anos afirmou alguma vez que o eu fosse uma substância material no cérebro. A maior parte deles simplesmente não se comprometeu com uma posição precisa. Immanuel kant, por exemplo, fala de forma bastante nebulosa, quando diz que o eu é um «objecto do sentido interno», por oposição ao «objecto do sentido externo», o corpo. Isto deixa muita coisa em aberto, pois como havemos de imaginar tal coisa em concreto?
Em suma, a filosofia deixa a questão do eu sem resposta definida.  A divisa parece ser: sobre o eu não se fala, temo-lo simplesmente. Também não admira que a neurociência não o consiga achar assim tão facilmente. (...)
Mas a neurociência conhece um segundo caminho para resolver a questão do eu: o estudo de pessoas que se afastaram da normalidade, quer dizer, de pacientes com perturbações, cujo eu manifestamente não funciona,funciona apenas parcialmente ou sob condições alteradas. (...) Aquilo que [Oliver]Sacks, há mais de 20 anos, podia apenas descrever, foi desde então estudado intensamente. Numerosos neurocientistas tendem a concluir que não existe um eu mas sim muito estados do eu: o meu eu corporal encarrega-se de me dar  a saber que o corpo, com o qual vivo, é realmente o meu próprio corpo; o meu eu orientador diz-me onde me encontro neste preciso momento; o meu eu perspectivista informa-me de que eu sou o centro do mundo por mim experienciado; o meu eu enquanto sujeito de vivências, diz-me que as minhas percepções sensoriais e os meus sentimentos são, de facto, os meus próprios, e não os de outras pessoas; o meu eu autorial e de controlo faz-me perceber que sou eu o responsável pelos meus pensamentos e pelas minhas acções, o meu eu autobiográfico, olha por que eu não seja excluído do meu próprio filme, mas antes me capte continuamente como um e o mesmo; o meu  eu auto-reflexivo possibilita-me pensar sobre mim próprio e jogar o jogo psicológico do «I» e do «me»; o eu moral, por fim, forma algo como a minha consciência, que me diz o que é bom e o que é mau.
... Os diferentes estados do eu, indicados pelos neurocientistas, são esquemas de divisão pertinentes, mas não nos devemos iludir: trata-se, ao mesmo tempo, de construções cujos contornos nem sempre se apresentam assim tão nítidos. Não provam de forma alguma que de tudo isto não resulta um estado geral ao qual se poderia chamar, seguindo alguns neurocientistas, uma «corrente da percepção do eu» - ou, porque não, pura e simplesmente «eu»?
... A velha ideia segundo a qual a unidade intelectual do Homem é mantida por um supervisor no cérebro não foi ainda refutada. este eu é uma coisa complicada. Por vezes, permite a sua decomposição em diferentes eus, mas, ao mesmo tempo, revela-se como uma realidade sentida que resiste à sua pura e simples superação por parte das ciências naturais. não chega a observação de que nos sentimos como um eu, para constatar que existe eu eu? «Somos indivíduos», escreve o sociólogo Niklas Luhmann, «simplesmente pela pretensão de o ser. Isso basta.» Podia dizer-se a mesma coisa a respeito do eu."
Richard David Precht, Quem sou eu e se sou quantos? Uma viagem filosófica, D. Quixote, 2010 tr. nada cuidada de LC (a edição original é de 2007),  70-77.


I had to see everything (p. 154)


O que poderá fazer com que uma pessoa ocupe algumas das suas preciosas horas de leitura com a autobiografia do comandante de Auschwitz, Rudolph Hoess, um monstro entre monstros ao serviço do mal?

O homem que "tinha que ver tudo. ... Que tinha que olhar pelo buraco das câmaras de gás e ver o processo da morte em si, porque os médicos queriam que visse."(154); embora a ideia de usar o Zyklon B, como meio mais eficaz (uma das palavras-chave do nazismo), tivesse sido sua.

Este é o homem que, nos dias em que sentia "profundamente afectado por algum acidente" e como forma de poder regressar a casa, ao jardim e aos filhos, "montava o seu cavalo até que a terrível imagem desaparecesse"(155). Mas como pôde ele, e os seus homens, suportar tudo aquilo? A resposta que ele nos dá é que "... a determinação de ferro com a qual tínhamos de obedecer às ordens de Hitler só poderia ser obtida através de uma asfixia de todas as emoções humanas" (155).

Que tipo de homem é esse que pôde organizar e comandar o maior campo de extermínio da Alemanha nazi, durante vários anos e, depois de capturado e condenado à morte, termina o livro afirmando: "Tive uma vida preenchida e variada"(180)?

Hoess pergunta si próprio: "Quais são hoje as minhas opiniões no que respeita ao terceiro reich? (...)
Permaneço, nas minhas atitudes perante a vida, um nacional socialista convicto, como sempre fui. Quando um homem aderiu a uma crença e a uma atitude há quase vinte cinco anos, cresceu com ela e está a ela ligado de corpo e alma, ele não pode simplesmente atirá-la para o lado só porque o corpo desse ideal, o Estado Nacional-Socialista e os seus lideres usaram os seus poderes de forma errada e criminosa, e porque, como resultado dessa falha e de más orientações, o seu mundo ruiu e todo o povo alemão mergulhou por décadas em grande miséria. Eu, pelo menos, não consigo." (176)

Todavia, é Primo Levi que, na introdução que escreveu em 1985 para o livro, nos dá algumas razões para o valorizarmos. A primeira razão é contingente e prende-se com os factos. Ainda há quem negue quer o número real de vítimas, quer a utilização de gás como arma de extermínio. "No que concerne a estes dois pontos, o testemunho de Rudolph Hoess é completo e explícito. (...) Hoess mente muitas vezes, como forma de se justificar, mas nunca mente acerca de factos; na verdade ele parece orgulhoso do seu trabalho organizacional".
A segunda razão é essencial: "surpreende-me, numa altura em que muitas lágrimas são derramadas sobre o fim das ideologias,  a forma como este texto revela de forma exemplar até onde uma ideologia pode ir quando é aceite de forma radical como o foi pelos alemães de Hitler; de facto pelos extremistas em geral. As ideologias podem ser boas ou más, e é bom conhecê-las, confrontá-las e tentar avaliá-las. Mas é sempre mau abraçar uma ideologia mesmo que ela esteja camuflada de palavras respeitáveis como 'País' e 'Dever'. As consequências últimas da aceitação cega do Dever - isto é, o Führerprinzip da Alemanha nazi, o princípio da devoção inquestionável a um Grande Líder - são demonstradas pela história de Rudolph Hoess." (25)

Rudolf Hoess, Commandant of Auschwitz, (introduced by Primo Levi), Phoenix, 2000 (1ª ed. inglesa 1959). Tr. de excertos de LFB.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

o parvo da farsa

"A ideia e a prática comuns de olhar para outros lados que não para nós mesmos de muito nos tem valido! Somos para nós mesmos objecto de descontentamento: em nós não vemos senão miséria e vaidade. Para não nos desanimar, a natureza muito a propósito nos orientou a visão para o exterior. Avançamos facilmente ao sabor da corrente, mas inverter a nossa marcha contra a corrente, rumo a nós próprios, é um penoso movimento: assim o mar se turva e remoinha quando em refluxo é impelido contra si mesmo. Cada qual diz: «Olhai os movimentos do céu, olhai para o público, olhai para a querela deste homem, para o pulso daquele, para o testamento daqueloutro; em suma, olhai sempre para cima ou para baixo, ou para o lado, ou para a frente, ou para trás de vós.» O mandamento que na Antiguidade nos preceituava aquele deus de Delfos ia contra esta opinião comum. «Olhai para dentro de vós, conhecei-vos, atende-vos a vós mesmos, reconduzi a vós próprios o vosso espírito e a vossa vontade, que se consomem noutras partes; vós vos esvaziais e desperdiçais; concentrai-vos em vós mesmos, refreai-vos; atraiçoam-vos, dissipam-vos e roubam-vos a vós mesmos. Não vês que este mundo tem as miradas todas cravadas no interior e os olhos abertos para se contemplar? No teu caso, tudo é vaidade, dentro e fora, mas é menor vaidade se for menos extensa. Salvo tu ó Homem», dizia esse deus, «cada criatura primeiro se estuda a si própria e, de acordo com as suas necessidades, impõe limites aos seus trabalhos e desejos. Não há nenhuma criatura tão vã e tão necessitosa quanto tu, que abarcas o universo: és o escrutador sem conhecimento, o magistrado sem jurisdição e, no fim de contas, o parvo da farsa.»"
(Montaigne, "Da Vaidade", in Ensaios - Antologia, tr, RB Romão, Relógio D'Água, 1998, p.314)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

I pressed her thigh and death smiled

Katsushika Hokusai (1760-1849)

Poppies 

 Woman Looking at Herself in a Mirror, 1805

The Fields of Sekiya by the Sumida River, 1823-1831

Por sugestão de Degas que afirmou: "Hokusai não é apenas um artista entre outros no Mundo Flutuante. Ele é, em si, uma ilha, um continente, todo um mundo", in Calza, Hokusai, Phaidon, 2003, p.7.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O vazio

E perder uma pessoa que nunca se teve, será como perder uns óculos que não nos pertencem?
E como seria procurar o que nunca foi nosso?
E que vazio deixa o que nunca tivemos.