domingo, 28 de julho de 2013

“enjoying oneself!”


"But she was not happy in London. The people seemed so spectral and blank. They had no alive happiness, no matter how brisk and good-looking they were. It was all barren. And Connie had a woman’s blind craving for happiness, to be assured of happiness. In Paris at any rate she felt a bit of sensuality still. But what a weary, tired worn-out sensuality. Worn-out for lack of tenderness. Oh! Paris was sad. One of the saddest towns: weary of its now-mechanical sensuality, weary of the tension of money, money, money, weary even of resentment and conceit, just weary to death, and still not sufficiently Americanized or Londonized to hide the weariness under a mechanical jig-jig-jig! Ah, these manly he-men, these flaneurs, these oglers, these eaters of good dinners! How weary they were! Weary, worn-out for lack of a little tenderness given and taken. The efficient, sometimes charming women knew a thing or two about the sensual realities: they had that pull over their jigging English sisters. But they knew even less of tenderness. Dry, with the endless dry tension of will, they too were wearing out. The human world was just getting worn out. Perhaps it would turn fiercely destructive. A sort of anarchy! Clifford and his conservative anarchy! Perhaps it wouldn’t be conservative much longer. Perhaps it would develop into a very radical anarchy.
Loc. 5219-28    
As for people! people were all alike, with very little differences. They all wanted to get money out of you: or, if they were travellers, they wanted to get enjoyment, perforce, like squeezing blood out of a stone. Poor mountains! poor landscape! it all had to be squeezed and squeezed and squeezed again, to provide a thrill, to provide enjoyment. What did people mean, with their simply determined enjoying of themselves?
Loc. 5239-42   

“enjoying oneself!” Another modern form of sickness."
Loc. 5248  

though sun-cooked is more appropriate to the look of the mass of human flesh. It was pleasant in a way. It was almost enjoyment. But anyhow, with all the cocktails, all the lying in warmish water and sun-bathing on hot sand in hot sun, jazzing with your stomach up against some fellow in the warm nights, cooling off with ices, it was a complete narcotic. And that was what they all wanted, a drug: the slow water, a drug; the sun, a drug; jazz, a drug; cigarettes, cocktails, ices, vermouth. To be drugged! Enjoyment! Enjoyment!
Loc. 5306-10 
D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover.                                                                                          

sábado, 27 de julho de 2013

da nossa condição humana


"Todos descobrem, mais tarde ou mais cedo na vida, que a felicidade perfeita não é realizável, mas poucos se detêm a pensar na consideração oposta: que também uma infelicidade perfeita é, igualmente, não realizável. Os momentos que se opõem à realização de ambos os estados-limites são da mesma natureza: derivam da nossa condição humana, que é inimiga de tudo o que é infinito. Opõe-se-lhe o nosso sempre insuficiente conhecimento do futuro; e a isto se chama, num caso esperança, no outro, incerteza do amanhã. Opõe-se-lhe a certeza da morte, que impõe um limite a qualquer alegria, mas também a qualquer dor. Opõem-se-lhe as inevitáveis preocupações materiais que, assim como poluem qualquer felicidade duradoura, também distraem assiduamente a nossa atenção da desgraça que paira sobre nós, e tornam fragmentária e, por isso mesmo, suportável, a consciência dela."

Primo Levi, Se Isto É Um Homem, Público, 2002, p.14. Cit. em D. McMahon, The Pursuit of Hapiness, Penguin Books, 2007, pp. 457.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

estado original

"Foi assim que a natureza, que faz tudo pelo melhor, constituiu no início [o homem]. Forneceu-lhe, imediatamente, apenas os desejos necessários para a sua preservação e as faculdades suficientes para satisfazê-los. Coloca, por assim dizer, todos os outros de reserva nas profundezas da sua alma, para aí serem desenvolvidos quando necessário. Apenas neste estado original estão em equilíbrio o poder e o desejo e o homem não está infeliz. A partir do momento em que as potenciais faculdades entram em acção, a imaginação, a mais activa de todas, acorda e ultrapassa-as."

          Rousseau, Emílio, in, Darrin McMahon, The Pursuit of Hapiness, Penguin Books, 2007, pp. 240 (tr. LFB)       

A vida é felicidade

"Afirmar que a vida é apenas uma combinação de infortúnios significa que a vida, ela mesma, é um infortúnio. Se é um infortúnio, então a morte é felicidade. Tais pessoas não escrevem de boa saúde, com as suas carteiras recheadas de dinheiro e contentamento nas suas almas por terem tido, nos seus braços, Cecílias e Marinas e com a certeza de que outras virão. Tais homens são uma raça de pessimistas (...) que só pode ter existido no meio de filósofos esfarrapados e de teólogos enganadores e mal humorados. Se o prazer existe e só o podemos  gozar  nesta vida, então a vida é felicidade. Há infortúnios, claro, como eu serei o primeiro a reconhecer. Mas a própria existência destes infortúnios mostra que a soma total da felicidade é maior."

Casanova, História da Minha vida, in, Darrin McMahon, The Pursuit of Hapiness, Penguin Books, 2007, pp. 231-232 (tr. LFB) 

Keith Jarret - The Köln Concert


domingo, 14 de julho de 2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

William Henry Hunt, Primroses and Bird's Nest - c. 1840


Por sugestão de D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover, cap. 11, onde se pode ler: "so in the lumber room there were bad Sir Edwin Landseers and pathetic William Henry Hunt byrds' nests".

Edwin Landseers, The Old Shepherd's Chief Mourner -1837

a racionalidade e o cepticismo

Os seres humanos são animais sociais. Queremos a pertença. A vida, por outro lado, pode ser, de facto, uma fria experiência. Só compreendendo como é que aqueles que procuram o poder tentam influenciar-nos e o quanto, muitas vezes, participamos activamente na nossa própria manipulação, poderemos finalmente compreender os perigos que corremos se pusermos de lado a racionalidade e o cepticismo e, em troca, colocarmos a nossa fé num líder com carisma.
                Laurence Rees, The Dark Charisma of Adolf Hitler, Ebury Press, 2013, p.5                           


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Bobby McFerrin - Everytime - with Esperanza Spalding


Narciso

"É, talvez, o mais típico representante do indivíduo "ultracontemporâneo": exibicionista e espectador de exibicionismos, em perpétua contemplação de si próprio - como se estivesse "enfim só" com a sua imagem - mas desesperado, porque não pode fundir-se nela. Apaixonado pela sua imagem: a preocupação por si próprio (mas despojada da sua componente essencial, que era, para Sócrates, a preocupação pelo outro) invadiu  a vida íntima de cada um provocando imediatamente esta geral depressão que supomos poder apaziguar com substâncias diversas ou outorgando-nos uma quantidade de direitos totalmente novos e aparentemente sem limites: para se "realizar", o "ultracontemporâneo" tem direito a tudo e o direito de tudo. Mas, uma vez adquirido, esse novo direito de ser "ele próprio" deixa-o insatisfeito e ansioso por nova "realização".

Françoise Parot, Cem palavras para conhecer a Psicologia, (tr. M.R.) Teorema, 2004, p.162.                   

Ken Robinson: Como escapar ao Vale da Morte educacional


sábado, 6 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Na caverna

Walls! Always walls! Yet one needed them in this wind.

D. H. Lawrence, Lady Chatterley's Lover.



 Uma ilha é uma prisão. Um hospital é uma prisão. O trabalho pode ser uma prisão. Até um continente pode ser uma prisão quando não se tem os meios to go abroad. Mas que se tenha tornado a escola numa prisão com redes à volta é lamentável. À nascença, ou a partir dos 3 anos, está-se condenado a uma sentença de um mínimo de 15 anos, extensível a 20, consoante o comportamento. As idas aos pátios estão vigiadas e o tempo  de estadia no exterior é limitado. O acesso aos espaços verdes/relvados é reservado. Passa-se o tempo na caverna. E as crianças detestam a escola. Que prisioneiro gosta do seu cárcere?  Como seria bom uma escola sem paredes!